O Maldito é uma das bandas mais recentes do metal brasileiro. Fundada em 2017, na idade do Paraná, a banda envolve todas as características que a malta do metal aprecia: riffs estimulantes, letras que abordam a natureza do ser humano, conflitos existenciais, exposição da hipocrisia, ódio, e com certeza, sonoriedade pesada.
A estética da banda foi construída a partir de referências sonoras diversas e inspirações literárias variadas, visando uma identidade contundente e anárquica. Com sarcasmo, ironia e uma atmosfera de “crónica urbana”, a banda apresenta uma versão tupiniquim do rock pesado. Um ano após a sua formação, O Maldito lançou o single e videoclip Nêmesis e no próximo dia 30 de junho a banda promete muita música pesada com a divulgação do seu primeiro álbum autointitulado e foi produzido, gravado e masterizado no MGC Estúdio produzido Curitiba.
Atualmente, a banda é composta pelos seguintes membros:
- Rubão (vocal/baixo);
- Jefferson (guitrra);
- Toni (guitarra);
- Koreia (bateria).
Em relação ao álbum, resultado de anos de composição, apresenta 10 faixas e foi desenvolvido em estúdio, onde a banda trabalha no seguimento de um riff, como se nota nas introduções das músicas, e num conceito inicial. Toda a descrição musical pondera a construção de letras, temas e elementos narrativos, culminando um repertório que explora temáticas acerca do existencialismo, críticas sociais e políticas, niilismo, entre outros. No final de fevereiro, a banda lançou o seu primeiro single do álbum intitulado Sangria, que já se encontra em todas as plataformas digitais, e de certo, é uma das faixas introdutórias para escutar a sonoridade mais densa da banda do Paraná.
Ao longo da música, prestamos de imediato atenção à letra porque evoca uma imagem poderosa a respeito da vida e do futuro. A estrutura respetiva do refrão reforça um tom de desespero e, acima de tudo, retrata a condição humana e a desilusão. Meses depois, a banda divulgou o videoclip Versos Íntimos que é inspirado num dos sonetos mais populares do poeta brasileiro, Augusto dos Anjos. O poema é conhecido pelo seu pessimismo e pelas suas críticas à exploração da dualidade humana.
Comparativamente ao anterior, a temática é, de igual modo, sombria e relata temáticas sobre a condição humana. É (quase) impossível não prestar atenção ao título de algumas faixas, como “Inês é Morta!” e “Navalha na Carne”. A primeira é uma expressão conhecida na história de Portugal, que basicamente retrata o episódio trágico de amor entre Pedro I de Portugal e Inês de Castro. A relação entre eles não era bem vista pela corte portuguesa, sobretudo pelo pai de Pedro, o rei Afonso IV. Por ordens do mesmo, Inês foi assassinada em 1355.
A segunda é uma peça teatral escrita por Plínio Marcos no final da década de 60 do século passado e tornou-se uma obra clássica do teatro brasileiro. A peça apresenta temáticas relacionadas com a violência, a marginalização social e a sobrevivência. Ambas as músicas apresentam uma linguagem mais histórica, mas a presença musical permanece, especialmente com as intros, os vocais e os riffs.
Todas as canções do álbum O Maldito, além de serem escritas em português, têm uma composição musical muito bem estruturada, os vocais são altamente poderosos, obrigando quase o ouvinte a cantar também (deduzo que seja o objetivo de Rubão), os riffs são complexos, e com a divulgação do primeiro álbum, a banda promete oferecer muita energia e bailarico durante os shows.
Tracklist O Maldito
- Faixa 1: Maldito
- Faixa 2: Circo Armado
- Faixa 3: Ao Sul de Lugar Nenhum
- Faixa 4: Demonofagia
- Faixa 5: Sangria
- Faixa 6: Versos Íntimos
- Faixa 7: Inês é Morta!
- Faixa 8: Navalha na Carne
- Faixa 9: Soco na Cara
- Faixa 10: Soco Vai Haver
Artists: O Maldito