Após anos de espera desde a ultima apresentação do Orphaned Land por Portugal em 2019 , e por dois anos seguidos a tour ser cancelada primeiro pela pandemia e depois pela guerra entre Israel e Palestina, no passado dia 11 de Dezembro finalmente chegou o tão aguardado dia de recebermos a banda Israelita em Lisboa. E a espera valeu a pena porque vieram acompanhados de bandas que surpreenderam e muito pela positiva , estamos falando dos brasileiros do Royal Rage, os islandeses Ring of Gyges, os romenos Dirty Shirty e os finlandeses do Strale!
Infelizmente não chegamos a tempo de registar o primeiro concerto da noite que ficou a cargo da banda de thrash metal de Curitiba Royal Rage, conseguimos chegar ao Lisboa ao vivo no inicio da apresentação do Ring of Gyges.
RING OF GYGES
Confesso que pouco ou nada conhecia sobre a banda islandesa, apenas havia escutado o álbum mais recente do quinteto Metamorphosis lançado em 2023, dias antes do concerto e gostei muito do que ouvi.
Ao vivo a banda cativa naturalmente com seu metal progressivo que remetem a bandas como Pain of Salvation ou Soen , destaque para o baixista Þorsteinn Ýmir Ásgeirsson que demonstrou em todo o momento o seu virtuosismo com o instrumento e como era o destaque de presença no palco e qualidade técnica.
O Ring of Gyges tocaram cerca de trinta minutos ainda para um pequeno publico presente , tímido e com frio , embora para os islandeses certamente estivesse um ótimo tempo visto alguns deles estarem de camisa sem mangas e bermudas, piadas a parte eles trouxeram para o seu set list uma mescla de seus dois primeiros trabalhos que funcionaram e agradaram o publico presente no Lisboa ao Vivo, vale a pena manter o radar sonoro deles por perto , porque certamente iremos ouvir falar mais deles no futuro por ter um potencial de crescimento fantástico.
STRALE
As 20:30 os finlandeses do Strale adentravam o palco do Lisboa ao vivo já com um fluxo de pessoas maior e que puderam conferir o ótimo metal alternativo da banda.
Vindo de Helsinki, a banda capitaneada pelo carismático vocalista Alarik conseguiu cativar todos presentes com uma sonoridade moderna, intensa e mesclando muito bem peso e melodias com um vocal preciso e que se encaixava perfeitamente na proposta da banda. Ele ainda ofereceu a belíssima “The Heart You Tore Apart” para sua mãe que faleceu recentemente de cancro, um gesto que emocionou todos os presentes e tocou a versão que lançaram recentemente de “Blinding Lights” do The Weeknd, deu tempo ainda para um cover do classico “Rebel Yell” de Billy Idol esquentando a temperatura do Lisboa ao vivo de vez.
DIRTY SHIRT
Aqui esta a grande surpresa da noite , as 21:15 os Romenos sobem ao palco do Lisboa ao Vivo com um violinista e dois vocalistas, dois guitarristas e uma cozinha devastadora o Dirty Shirt começa a apresentar o seu folkcore metal from Transylvania como eles próprios se definem com influências musicais provenientes da música tradicional da Europa de Leste.
Logo na primeira musica “Ciocarlia” o publico que já enchia boa parte do LAV já foi conquistado com todo o peso e a presença de palco cativante dos romenos. Os dois vocalistas Dan ?Rini? Craciun e Robert Ruszse fundem de forma incrivel fazendo com que o agudo e o grave coexistam de forma incrivel , um dos vários pontos altos da banda , assim como a cozinha devastadora que consegue inserir todo o peso e brutalidade fazendo uma cama para todo o lado folk dançar e tomar conta da apresentação.
Cantando 100% em Romeno , vale muito a pena conhecer toda a identidade e personalidade do Dirty Shirt uma banda que ao vivo se destaca de imediato, na ultima musica ainda de tempo para as banda STRALE voltar ao palco para tocar a saidera “Latcho Drom” incendiando por completo e saindo completamente aplaudidos por um LAV extasiado! Que bela surpresa meus amigos…
ORPHANED LAND
Eis que o momento mais esperado da noite chegou , as 22:15 os israelitas do Orphaned Land adentraram o palco , pouco depois de rolar “Grândola Vila Morena” classico de Zeca Afonso esquentar os motores , em um momento significativo para todos presentes.
Quando o vocalista Kobi Farhi adentra o palco descalços , com toda a energia que carrega e começam a tocar “The Simple Man” todo o tempo de espera valeu a pena. É impressionante como Kobi consegue fazer da função de frontman como algo libertador, quase como uma transformação sempre com uma vibe positiva e mensagens pacifistas, além de toda a sua capacidade técnica e versatilidade que consegue ao mesclar um vocal limpo e suave com o gutural em meios influencias orientais obvias.
Com um set list mais curto a banda mandou classicos como “Sapari”, “Ocean Land (The Revelation)”, “Let the Truce Be Known” e “Norra el Norra (Entering the Ark)” que agitaram todo o publico presente , ainda um momento acústico e intimista belíssimo como o acústico de “In Thy Never Ending Way (Epilogue)” sem duvidas um momento de arrepiar. Orphaned Land é uma banda claramente subestimada que deveria estar em outro patamar , banda que passou por algumas manifestações injustas durante esta ultima tour como foi o caso de Barcelona , a banda sempre se posicionou a favor da musica e da paz independente de qualquer outra coisa , se tornando fundamental nos tempos que vivemos! Vida longa ao Orphaned Land e tenho certeza que serão sempre bem vindos a Portugal!
Artists: Dirty Shirt, Orphaned Land, Ring of Gyges, Strale
